


Os relatos chegam através de ondas. Disseminados pelos gritos que, entre os dentes cerrados de raiva, deixam escapar o inaudível socorro. A pantomima dançante, que gesticula mas não fala. Como economizar o desespero e gastar aceitação? Como lançar ao oco toda a indignação, e culpa, e raiva, e demência ocasionada pela incompreensão? Rasgam-se as matas, queimam-se os votos, plantam-se venenos. Colhe-se o tech, vira-se o pop… Partem ao meio tudo aquilo que não tem o mesmo lado, dividem tudo que é outro. Inaudível é o grito daqueles que vibram suas cordas pelo desequilíbrio de uma interminável travessia sem sombrinha. Caem sozinhos. Cercados pelo riso dos dedos apontados. Amassados pelos os olhos que enxergam piedade. Sufocados pelas bocas que silabam compaixão. Assistencialismo ímpar, único, individual. Demanda do homem raça, coletivo, universal. Socorro. Socorro. Já.